Especial
Alto Alegre
Viagem às terras do mistério


jornal Turma da Barra

 


Joab entre os escombros de Alto Alegre

Na quarta-feira, 13 de março, 
fez 112 anos do que se historicamente se convenciou batizar de “Massacre do Alto Alegre”, 
povoado que em 1901 pertencia a Barra do Corda e que atualmente é a aldeia Crioli, dos Guajajara, 
distante aproximadamente 60 quilômetros da cidade barra-cordense.
O colaborador do TB, o barra-cordense Joab Ferreira, 
juntamente com seu pai, professor Benones, visitaram o local recentemente. 
Joab nos fez um relato e envia fotos de como está a atual aldeia Crioli.
Em seguida, publicamos uma entrevista com Antonio Soares, 
que nasceu e passou a infância no Alto Alegre.
Também publicamos um artigo do pesquisador Eduardo Simões, cearense que mora em São Paulo
 e penetrou fundo na história do Alto Alegre. 
Relembramos aos leitores a matéria-artigo de Antonio Carlos Lima, 
quando o “Massacre” fizera 100 anos.

Viagem até aldeia Crioli, 
antigo Alto Alegre

*Joab Ferreira

            Ir até a comunidade indígena Crioli hoje, para quem tem viva na memória, ainda, os fatos ocorridos naquele local no início do século 20, é resgatar um acontecimento que insiste em perdurar pelo tempo afora.
            Sim, o tempo parece dizer ao mundo: Uma hecatombe acaba de acontecer agora apouco lá no Alto Alegre. Esta é a sensação quando se chega naquele local. Mas estamos no século 21 e o que isso tem a ver?
            Junto com meu pai estivemos visitando a comunidade Crioli, a trabalho, em abril de 2012. Vou deixar de lado a forma como está sendo tratados os povos indígenas daquela região por quem de direito.
            Inserindo-me no contexto histórico, do fato, ressalto a presença real de alguma energia inexplicável naquele lugar que é evidente. Aqui não distingo atores envolvidos nos acontecimentos.
            Vestígios das primeiras construções ainda são visíveis. Poucas. Mas os escombros das construções reerguidas quando os capuchinhos retornaram são bem visíveis e percebe-se logo que a tentativa de se apagar qualquer evidência da presença dos missionários naquele local não foi planejada. Mesmo porque nossos silvícolas parece não terem o querer das melhorias de infraestrutura.
            Com um ar de mistério, ainda insistem em testemunhar um passado presente como afirmou o Sr. Celestino Lopes Guajajara, cacique da comunidade Crioli.
            E assim, o Alto Alegre permanece vivo naquelas sete palmeiras (coco da praia ) das doze que lá existiam no dia do fato histórico, 13 de maio de 1901.

*Joab Ferreira de Souza mora em Barra do Corda (MA)

 

 


Palmeiras que presenciaram o massacre. 
Eram 12, sobrevivem sete.
Foto de Benones

 


Restos de uma coluna de uma antiga escola
Foto: Benones


Escombros do Alto Alegre
Foto: Aldo

 


Restos de muro de antiga construção


Foto entre os escombros de Alto Alegre
Benones, amiga Lindalva e o filho Joab

Leia entrevista com Antonio Soares, que nasceu em Alto Alegre: Clique aqui

 

(TB17mar2013)