Memória
Ardaleão Américo Pires
jornal Turma da Barra



Ardalião e a esposa Elvira

 

Um estudo genealógico dedicado especialmente à família de Ardaleão Pires,
aos estudantes do Colégio Ardalião Pires e aos amantes da genealogia


Por Álvaro Braga


            ARDALEÃO AMÉRICO PIRES, maranhense, natural de Barra do Corda, nasceu em 12 de janeiro de 1895 e faleceu na mesma cidade no dia 24 de outubro de 1984.
            Caso fosse ainda vivo, completaria neste 12 de janeiro último a idade de 117 anos.
            Era descendente direto de família portuguesa de Trás-os-Montes.
            Seus bisavós eram os portugueses Aureliano Pires e Maria de Évora, que tiveram um único filho chamado Antonio Aureliano Pires.
            Antonio Aureliano Pires casa-se com Antonia Nava em Trás-os-Montes, Portugal e migram para o Brasil com a família em meados do século 19. Entre outros membros da família vinha o garoto Ricardo Leão Pires.
            Chegam a São Luís (MA), onde fixam residência e nascem os outros filhos: Filadelfo, Alexandre, Gezuína, Donzu, Maria Oquélia e Maria Quitéria.
            Transferem-se para Viana, depois vão para Rio Munin, atual Icatu, e daí para Vargem Grande, onde os balaios matam o patriarca Aureliano Pires.
            Vão para Desordem (atual povoado Santa Vitória) e Pilões, em Barra do Corda, onde Antônio Aureliano Pires toma conta de fazenda de escravos.
            Para Barra do Corda foram as mulheres: Gezuína, Donzu, Maria Oquélia e Maria Quitéria.
            Maria Quitéria foi mãe de: Maria, Josefa (Pepita), Rosenda Vitória Pires (mãe do poeta Luiz Pires), Antônio, Januário e Otávio Pires de Oliveira (todos nascidos em Extrema, município de Carolina).
            Situam-se em outros municípios do interior do nosso Estado, sendo que parte fixou residência em Barra do Corda, Maranhão, entre eles Ricardo Leão Pires que se casa com Josefa Rodrigues do Nascimento, descendente de índios Guajajaras.
            Ricardo Leão Pires abraça o magistério, chegando a ser escrevente do cartório de Almir Silva por muitos anos. Tiveram os filhos: João Nazareno, que renomeou para João Leão Pires (tabelião, esposo de Naide Teixeira Pires e pai de Iracema Pires); Arda Leão Catão, que renomeou para Ardaleão Américo Pires; Leonidas Garrone, que renomeou para Leonidas Republicano Pires; Aristóteles Tibiriçá, que renomeou para Aristóteles Colombo Pires, que casou com Raimunda Ribeiro, filha de Pedro Ribeiro; Otílio Othon Pires;Vitória Olinda.
            Ardaleão era o segundo filho do casal.
            Abrimos aqui um parêntese para breves anotações genealógicas sobre a mãe de Ardaleão Pires, dona Josefa:
            Ao ficar viúva de Ricardo Leão Pires Josefa Rodrigues do Nascimento  consegue educar os filhos, situando-os em várias profissões, com razoável fortuna.
            Josefa era filha de: Manoel Antonio Rodrigues do Nascimento e Raimunda Dias do Nascimento (índia Guajajara).
            Josefa possuía os irmãos: Francisco das Chagas, Brasileiro, Manoel Raimundo, Fausta; Antonia do Nascimento, falecida em 1953, conhecida como Lôla ou Lolô do Sujapé (que casou com João Braga de Araújo e era mãe da Mundica Braga, José Braga e Maria Braga, esta, mãe do Edmo Braga e avó de Tânia e Tatiana Milhomem); Filomena; Amância Rodrigues Arruda (mãe de Mariana Rodrigues de Moraes, Ésia, que era mãe de Isabel Rodrigues Guimarães).
            Otílio Othon Pires veio de Carolina para Barra do Corda, com os pedreiros:Vicente Bispo Nepomuceno, Augusto Pimentel e Eutrópio, que era filho bastardo de Honório Ayres. Otílio era casado com Adozinda Luso Pires.
            Fez seus estudos em Barra do Corda, onde passou toda a sua vida.
            Casou-se com a senhora Elvira Elias de Sousa, paraense residente em Barra do Corda, filha de Filomena Elias. Dessa união não lhe nasceram filhos.
            Fruto de um relacionamento com Leonor Ferreira nasceu a menina Anita Ferreira Pires, registrando-a de imediato.
            Criou como filhos: Aracy Pires, filha de Joaninha e Silvério; Juscelino Pires Araújo; Danúzio; Solon Tavares Pires, vulgo Seu Pires, filho de Leônidas Pires e Sinhá; Francisquinha Miranda Vieira, mãe do Charles Eletricista, que concorreu ao Senado com expressiva votação; Francisco Wilton Fernandes, vulgo Chico Ribimba, arquiteto e engenheiro naval;
            Ardaleão exerceu em Barra do Corda, vários cargos públicos como: delegado de polícia, vereador por vários pleitos e vice-prefeito por duas vezes.
            Foi presidente da Câmara dos Vereadores na época do prefeito Walter Ribeiro de Sampaio (1957-1960). Tomaram posse somente no dia 29 de junho de 1957. Nessa época, por causa de um confronto que houve na cidade, assumiu a prefeitura até que tudo se normalizou.
            Eleito vice-prefeito no período de 31 de janeiro de 1973 até 31 de janeiro de 1977, juntamente com o prefeito Fernando Falcão, como sempre um cidadão de bem, honrado, respeitado e amado pelos seus conterrâneos barra-cordenses.
            No campo literário não deixou nada escrito. Porém, gostava de ler, era poeta, compôs algumas poesias mas nada escreveu. Contudo deixou muita impressão da bela arte na mente de seus familiares.
            Na cidade de Barra do Corda, onde permaneceu por toda a sua vida, embora sendo de família tradicionalmente católica, Ardaleão abraçou a fé protestante e assim permaneceu até o dia em que passou para a eternidade, aos 89 anos, velho e farto de dias.
            Sua grande paixão era um pé de Figueira muito bem podado com um tesourão, auxiliado por uma escada, situada quase no centro das ruas Isaac Martins e Tiradentes, próximo ao Banco do Brasil, no centro.
            Com o alinhamento e calçamento das ruas, iniciado nos anos 60 aquele pé de Figueira vivia sob constante ameaça.
            Inúmeras tentativas de convencê-lo a cortar a figueira foram em vão. Ele respondeu uma vez a um funcionário da prefeitura:
            - Onde é que essa miséria empata nada! É só passar ao redor, ora mais rapaz!
            De tanto insistirem ele acabou consentindo no corte, para tristeza dele e de todos.
            Ardaleão Pires é atualmente nome de colégio da Tresidela.
            Em breve anotação biográfica, a família do citado resume a sua história de vida: “Ardaleão Pires deixou um legado de honestidade, justiça, trabalho e coragem.”
            Consultas: Biografia familiar e livro de Adozinda Luso-Pires.

Nota do autor: Genealogia é a ciência ou disciplina que estuda as origens familiares, buscando fazer uma ligação entre os antepassados e as novas gerações de uma ou mais famílias. Faça você também a sua Árvore Genealógica.

*Álvaro Braga é historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Barra do Corda (MA)

 


Ardalião e a esposa Elvira


Ardalião lendo jornal para um amigo
embaixo do pé de Figueira


Elvira, Francisca, Aracy e Rebeca

 


Ardalião, Ricardo, Paulo de Tarso e dona Elvira

 


Ardalião debaixo do pé de Figueira

(TB029jan2012)