Artigo
Uma noite no IFMA para Maranhão Sobrinho
jornal Turma da Barra
Marinete Moura
IFMA – Campus Barra do Corda realiza sarau em homenagem ao poeta barra-cordense Maranhão Sobrinho
*Marinete Moura
Aconteceu no último dia 30 de setembro, no IFMA-Campus Barra do Corda, o sarau em homenagem ao poeta barra-cordense Maranhão Sobrinho. O referido sarau é uma atividade da Programação do projeto Percursos da Memória de Maranhão Sobrinho que está sendo realizado em todo o segundo semestre de 2015, para celebrar o centenário de falecimento da maior expressão literária cordina, com o objetivo de resgatar e divulgar a obra literária do poeta aos cidadãos e cidadãs de Barra do Corda.
A presença do Magnífico Reitor do IFMA, professor Roberto Brandão, e dos Pró-Reitores, professores Ximena Paula (Ensino), professora Natilene Mesquita (Pesquisa) e professor Carlos César Teixeira Ferreira (Planejamento e Administração) abrilhantaram o evento.
Na fala de abertura a Diretora Geral do Campus Barra do Corda, professora Marinete Moura da Silva Lobo, elaboradora do Projeto Percursos da Memória de Maranhão Sobrinho, enfatizou a necessidade de estudo e de divulgação da literatura local, reforçando a responsabilidade das instituições educacional no resgate da memória dos grandes autores barra-cordenses e de sua importância para a construção da identidade dos cidadãos e cidadãs barra-cordenses.
O pronunciamento do Magnífico Reitor do IFMA, professor Roberto Brandão, destacou a importância da realização de projetos dessa magnitude, projetos que ultrapassam os muros da instituição e que vão para toda a comunidade beneficiando toda uma população que precisa conhecer a sua história e a sua literatura. Parabenizou, também, o Campus Barra do Corda pela iniciativa.
Presente também no sarau, o presidente da Academia Barra-Cordense de Letras, Dr. Fernando Eurico Arruda, que falou da grande importância do Projeto em resgatar a memória literária local. Presentes, também, a Sra. Bruna Costa, representando o Prefeito Welrick Costa e a Secretária de Cultura Luzia Barroso.
A programação do sarau em homenagem a Maranhão Sobrinho incluiu: Uma palestra sobre a obra literária de Maranhão Sobrinho, ministrada pelo poeta Kissyan Castro, a teatralização da obra poética SOROR TERESA, gincana literária com perguntas e respostas acerca da literatura de Maranhão Sobrinho, Concurso de Declamações, Concurso de Poesias e de Releituras de Imagens, tudo relativo a Maranhão Sobrinho que atualmente é considerado uma das maiores expressões do simbolismo brasileiro, podendo ser colocado no mesmo patamar de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães.
O projeto Percursos da Memória de Maranhão Sobrinho se estenderá até o final de dezembro onde outras ações da programação do Projeto estarão sendo concretizadas, entre elas a produção de um documentário produzido pelo Campus Barra do Corda e a exposição de outdoors pela cidade, contendo fragmentos da obra do grande autor barra-cordense.
Destaca-se como uma das atividades que mais agradou os participantes a teatralização da poesia Sóror Teresa, adaptada e dirigida pelo professor de Artes do IFMA - Campus Barra do Corda, Anderson Pinheiro.
A participação dos alunos em todas as atividades da programação também merece destaque.
*Marinete Moura é diretora geral do IFMA de Barra do Corda (MA)
Matéria
Literatura barra-cordense
é desconhecida pelos cordinos
jornal Turma da BarraA professora Marinete, que é presidente do Conselho Municipal de Educação barra-cordense sugere que os currículos do ensino fundamental, que estão sendo concluídos,
contemplem estudos dos autores e obras da literatura cordina.
A história e a arte locais também devem ser incluídasNo mês de setembro, o Instituto Federal do Maranhão, campus Barra do Corda, fez uma Semana Cultural. A professora Marinete Moura fez uma palestra sobre a literatura barra-cordense, que segundo a professora, a literatura barra-cordense “é riquíssima”, mas “nossas escolas de Educação Básica não trabalham essa literatura e que os alunos concluem o Ensino Médio e nunca ouviram falar dos autores barra-cordense”.
Marinete Moura, que também tem livros de poemas publicados, disse ao TB que fez sugestão ao secretário de Educação municipal, Valtinho Ribeiro, que é capitão da Polícia Militar, e estava presente na palestra, para que incluísse literatura barra-cordense no ensino fundamental, também história e arte locais.
A professora Marinete, que é presidente do Conselho Municipal de Educação barra-cordense sugere que os currículos do ensino fundamental, que estão sendo concluídos, contemplem estudos dos autores e obras da literatura cordina. A história e a arte locais também devem ser incluídas.
Também na palestra foram lembrados escritores e poetas como Fábio Mota, Nicanor Azevedo, Olímpio Cruz Neto, Jagne Amorim Garcia, Cristina Abreu, Fernando Braga, Felinto Ribeiro e outros, pela questão do tempo disponível da palestra, não foi possível falar de suas obras, fez-se o recorte para falar sobre a obra literária de alguns, colocando uma síntese bem resumida de suas biografias e obras em apresentação power-point e outras informações bem como as explicitações pertinentes foram enfatizadas na fala da palestrante.
Prestigiando a palestra, estavam os membros da Academia Barra-Cordense de Letras: Luís Carlos Rodrigues da Silva, Tâmara Pinto e Assis Soares, que falaram dos seus trabalhos literários.
Em forma de slides, autores e obras poéticas fizeram parte da palestra. Veja algumas:Maranhão Sobrinho -1879 A 1915
José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho nasceu em Barra do Corda, Maranhão, no dia 30 de dezembro de 1879.
Aos vinte anos de idade foi orar em São Luís, onde ajudou a fundar a Academia Maranhense de Letras, ainda trabalhou como jornalista em Belém e Manaus, onde é homenageado com outra cadeira na Academia Amazonense de Letras.
Deixou três livros publicados: Papéis Velhos... Roídos pela Traça do Símbolo, Estatuetas e Vitórias- Régias.
Soror Teresa
... E um dia as monjas foram dar com ela
morta, da cor de um sonho de noivado,
no silêncio cristão da estreita cela,
lábios nos lábios de um Crucificado...
Somente a luz de uma piedosa vela
ungia, como um óleo derramado,
o aposento tristíssimo de aquela
que morrera num sonho, sem pecado...
Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,
e ninguém soube de que dor escrava
morrera a divinal soror Teresa...
Não creio que, de amor, a morte venha,
mas, sei que a vida da soror boiava
dentro dos olhos do Senhor da Penha...O maior poeta barra-cordense teve essa poesia, Soror Teresa, incluída numa em um livro coletânea que reúne os 84 maiores poetas da Língua Portuguesa no Brasil e em Portugal. Lá entre tantos poetas consagrados, está o poeta barra-cordense Maranhão Sobrinho, ao lado de Camões, Gonçalves Dias, Fernando Pessoa, Olavo Bilac, Castro Alves , Machado de Assis e outros.
Mas se ele era essa espécie de romântico trágico na vida pessoal, sua poesia está em outro patamar. Para alguns críticos literários era Simbolista ortodoxo, um visionário capaz de construir imagens perturbadoras em versos admiravelmente bem urdidos, sensualmente mórbidos, onde por trás de cada palavra flutua, não muito distante, a imensa sombra de um amargo pessimismo com o mundo e com as pessoas.
De qualquer sorte, coube a Maranhão Sobrinho ser um poeta representativo do período de transição da literatura maranhense - teve o talento amplamente reconhecido, tanto pelo público quanto por seus pares, foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, mas sofreu estilisticamente na difícil tarefa de buscar uma síntese convincente entre o Romantismo ainda em voga, o Parnasianismo e o Simbolismo.Olímpio Cruz
Nasceu em Barra do Corda, em 20 de outubro de 1909 e faleceu em Brasília em 11 de junho de 1996.
Poeta, escritor, jornalista e indigenista.
Autodidata, é autor de vários de livros, tendo vivido mais 37 anos entre os índios guajajaras e canelas, trabalhando no extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão que foi substituido pela FUNAI.
Algumas Obras:
Puturã: poesias -1946
Canção do Abandono -1953
Clamor da Selva-1978
Rosa do Tempo – 1971
Lendas Indígenas – 1981
Cauiré Imana, o Cacique Rebelde-1982.
A Iinfeliz Perpetinha (Fragmento – Cauiré Imana, o Cacique Rebelde)
(Olímpio Cruz dá terminalide de lenda à história de Perpetinha Moreira, a aluna do Internato das Irmãs Capuchinhas de Gênova que teria sido levada mata a dentro pelo cacique Jauarahu, aliado de Cauiré Imana, e que a jovem teria, durante toda a sua vida buscado, em vão, pela sua liberdade)
Todos os anos, ainda hoje, lá muito distante, às margens do lendário gurupi, sempre pelo mês de março, à beira dos lagos, à margens das lagoas e ao centro da mata, aparece uma grande garça, diferente de todas as outras da região, voando sobre as árvores mais altas e floridas, como se estivesse procurando por algo que jamais pôde alcançar por fim desaparecendo para o lado dos íngremes dos barrancos do rio, sobre um lugar sombrio onde as flores das sapucaieiras derramam constantemente o perfume suave da solidão que amortalha a alma das coisas esquecidas, para sempre mergulhadas no imenso vácuo do abandono eterno”.
Galeno Brandes
Nasceu em 10 de outubro de 1930, na cidade de Barra do Corda
Como educador, iniciou sua trajetória na Escola Nossa Senhora de Fátima, sendo um de seus fundadores e onde permaneceu por mais de 25 anos exercendo muitas funções, inclusive de vice-diretor e de orientador educacional.
Foi professor da rede estadual de ensino, a partir do ano de 1970. Depois foi nomeado Diretor Regional de Educação, cargo que assumiu até o ano de 1985
Foi um dos fundadores da Academia Barra-Cordense de Letras. Como escritor e poeta, Galeno Brandes foi grande. Escreveu o livro BARRA DO CORDA NA HISTÓRIA DO MARANHÃO - uma grande referência bibliográfica da história local, e imortalizou a poesia “FIM DE ANO”, entre outras.
Nonato Silva
Nasceu em Barra do Corda, no dia 3 de agosto de 1918.
Poeta, escritor, professor universitário, gramático, filólogo, e critico de arte e de literatura.
Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia Católica.
Doutor em Filologia Românica.
Membro do Instituto Histórico e Geográfico
do Distrito Federal e Correspondente do Instituto Histórico-Geográfico do Maranhão
Membro da Academia Barra-cordense de Letras.
Wolney Milhomem
Nasceu em Barra do Corda, aos 10 de outubro de 1927. Faleceu aos 04 de agosto de 1992.
Jornalista, poeta, cronista e professor.
Exerceu o jornalismo em São Luís, Fortaleza, Rio de Janeiro, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Membro da Associação Interamericana de Imprensa, União Brasileira dos Escritores, Sociedade de Homens de Letras do Brasil e da Academia Barra-cordense de Letras.
Algumas Obras:
O Estróina das Horas -1971
O Humanista Vitor Meirelles – 1972
A morte da tempestade – 1975
Uma forma de voltar...
Isaque Ferreira
Isaque Gomes Ferreira nasceu em Barra do Corda em 14 de setembro de 1895.Faleceu em São Luís, aos 04 de abril de 1967.
Advogado, poeta e jornalista.
Membro da Academia Maranhense de Letras e da Academia Barra-cordense de Letras.
Considerado pela crítica literária como um dos maiores poetas da literatura maranhense de sua geração.
Rubem Milhomem
Rubem Ferreira do Nascimento Milhomem, nasceu na cidade de Barra do Corda, em 13 de julho de 1970.
Formado em Direito, pela Universidade de Ciências Jurídicas e de Ciências Sociais de Brasília.
Membro da Academia Barra-Cordense de Letras e do Instituto Histórico Geográfico de Barra do Corda.
Algumas obras:
Danças na Tribo ( poesias)- 1993
A Princesa do Sertão -1197
Morro do Calvário – Morro do Calvário –poesias – 2000.
Assis Soares de Oliveira
Nasceu em Jucás-CE e veio morar em Barra do Corda no ano de 1978.
Começou a escrever aos 35 anos de idade, tendo publicado vários livros:
Cadeira Vazia
Canções da Terra Cordina
Academia Triste
Flora Destruída; Sermão da Montanha.
É membro da Academia Barra-cordense de Letras desde 24 de junho de 2011.
Isael Lobão Pereira
Nasceu em São Domingos do Maranhão no dia 22 de abril de 1944, filho de Manoel Pereira da Silva e Iluminata Lobão Pereira.
Autoditada, Gael Lobão é autor de dois livros: Apocalipse sem medos e sem segredos e Rastro de sangue – obras de inspiração cristã;
Para publicar tem as seguintes obras: Pedras no caminho (obra de inspiração cristã) e O camaleão cascudo (conto infanto-juvenil).
Gael é membro da Academia Barra-Cordense de Letras, cadeira nº 18;
Tâmara Pinto
Nasceu em Barra do Corda a 1º de setembro de 1964. Filha de José Oliveira Pinto e Nely Ribeiro Pinto. Casada com Olson Oliveira e mãe de dois filhos.
Poetisa e cronista, licenciada em Letras pela UEMA e pós-graduada em Linguística pela FACVEST.
Foi secretária de Cultura municipal (2005 a 2012). Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Barra do Corda, da Arcádia Barra-Cordense e da Academia Barra-Cordense de Letras, cadeira nº 3, e ocupa a função de secretária da Casa Maranhão Sobrinho. Tem três livros de poesias e crônicas no prelo.Marinete Moura (Marinete Moura da Silva Lobo)
Graduada em Pedagogia, Licenciada em Filosofia e em História.
Especialista em Língua Portuguesa, Psicopedagogia e Supervisão Escolar
Mestra em Ciências da Educação
Doutoranda em Ciências da Educação
Professora da Rede Estadual de Ensino e da Universidade Estadual do Maranhão.
Pedagoga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão-IFMA-Campus Barra do Corda.
Membro da Arcádia Barra-Cordense.
Livros Publicados - Do Outro Lado do Horizonte – Poesias
Livro Pronto para Publicação – Espelhos do Tempo
Livro em andamento – Educação e Cultura na Terra de Maranhão Sobrinho: Das Professoras da Colônia ao Conselho Municipal de Educação.
Outros escritores e poetas:Foram lembrados na palestra autores como Fabio Mota, Nicanor Azevedo, Olímpio Cruz Neto, Jagne Amorim Garcia, Cristina Abreu, Fernando Braga, Felinto Ribeiro e outros, pela questão do tempo disponível da palestra, não foi possível falar de suas obras, fez-se o recorte para falar sobre a obra literária de alguns, colocando uma síntese bem resumida de suas biografias e obras em apresentação power-point e outras informações bem como as explicitações pertinentes foram enfatizadas na fala da palestrante.
Prestigiando a palestra, estavam os membros da Academia Barra-Cordense de Letras: Luís Carlos Rodrigues da Silva, Tâmara Pinto e Assis Soares, que falaram dos seus trabalhos literários.
(TB8out2013)
